19 de agosto de 2010


Felipe Pena

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Mais uma vez estou aqui para falar de mais um escritor da literatura brasileira.
Autor do romance "O Marido perfeito mora ao lado".
Felipe Pena além de escritor, é psicológo, jornalista, Doutor em Literatura pela PUC, pós-doutor pela Sorbonne e professor da UFF.
Autor de 8 livros na área de comunicação e do romance "O analfabeto que passou no vestibular".
Que currículo extenso, não é mesmo?

Obras:

-
O analfabeto que passou no vestibular - 2008;

- Jornalismo Literário - 2008;

- 1000 Perguntas de Jornalismo -
2005;

- Teoria do Jornalismo - 2005;

- Televisão e sociedade - 2002;

- A volta dos que não foram - 1998;

- Teoria da Biografia sem fim - 2004;

- 1000 Perguntas Teoria da Comunicação - 2005;

-
Adolpho Bloch - Histórias, perfis e outros fractais biográficos - 2005;


Resenha do livro "O Marido Perfeio mora ao lado":

Uma comédia romântica com ritmo de suspense. Que fala da incomunicabilidade entre os casais, da dificuldade em entender o outro, das armadilhas do amor. Tudo isso embrulhado em um enredo ágil e bem articulado, que resgata o prazer da leitura. Definindo O MARIDO PERFEITO MORA AO LADO como uma história de amor, Felipe Pena enreda o leitor com as diferentes narrativas sobre aspectos diversos da alma e do cotidiano. “Quero fazer o leitor virar a página. Se você disser que não conseguiu largar o livro terá feito o melhor elogio que eu posso receber. Esse será meu maior prêmio”, afirma o escritor.

Em seu segundo romance, Felipe — um dos articuladores do Manifesto Silvestre, em defesa da narrativa, do entretenimento e da popularização da literatura — mescla paixões, sociopatas e obsessões dentro de uma trama contemporânea, situada no Rio de Janeiro. Personagens típicos da cidade ajudam a retratar as discrepâncias sociais e a convivência aparentemente democrática de tipos heterogêneos, sem deixar de lado a crítica social.

Mais que uma obra ficcional, o livro é uma caricatura psicanalítica. Estão aqui o marido que trai a mulher com sua complacência, a amante que quer acreditar na sinceridade do amado, a amalucada que quer destruir quem se envolve com o objeto de sua paixão... As perguntas eternas: por que nunca estamos satisfeitos com o que temos? Por que a grama do vizinho é sempre mais verde? Por que descobrimos um amor quando estamos na iminência de perdê-lo?

Em O MARIDO PERFEITO MORA AO LADO, somos apresentados a uma mulher angustiada que busca a ajuda de uma terapeuta para salvar o casamento. Mas logo percebemos que a angústia é compartilhada por outros personagens, até mesmo pelos bem casados (ou principalmente por estes, como diz um deles). Então ocorre um crime. E os terapeutas farão o papel de investigadores. Quem é o culpado pela incomunicabilidade entre homens e mulheres? Uma questão que nem Freud foi capaz de resolver, embora passemos a vida atrás da resposta.

Está disponível na internet o trailer do livro O marido perfeito mora ao lado, de Felipe Pena. Além da interpretação de atores, o vídeo conta com a participação do próprio autor na apresentação do enredo. Veja em http://tinyurl.com/ycu4qx2.

Frases do livro:

1. “Se o outro é teu inferno, o que ele conta é uma versão de como se chegou lá.” 2. “O desejo investe no vazio, naquilo que não temos. Só valorizamos o que está ausente. Ou seja, aquilo que só percebo quando perco, porque, depois de perdido, ele se torna perfeito.” 3. “Homens e mulheres eram seres previsíveis, ocupados demais para o casamento, ocupados demais para os filhos, ocupados demais para a originalidade.”)

Trecho:

I

Por que estamos aqui? Sei lá! Culpa dele, só dele. Responde aí, Carlinho! Ele não fala, ficou mudo. Fala, Carlinho! Conta a nossa história. São dez anos. Conta tudo, desde o começo. O primeiro encontro, o vinho, as flores, o beijo. Não, o beijo não. Disso ele não lembra mais. Depois de um tempo só ficam aqueles estalinhos de boa noite, como dois compadres siberianos. E as promessas, claro.

Conta pra ela, Carlinho! Como não prometeu nada? Cadê o cara que abria a porta do carro, que elogiava o vestido, que recitava poesia no ouvido, que me olhava com fome e enfiava a língua na minha garganta? Você inteiro foi uma promessa. Ninguém avisou que tinha prazo de validade.

É por isso que estamos aqui, doutora. Eu te chamo de doutora ou pelo nome mesmo? Então prefiro doutora. A senhora pode me chamar de Olga. Não gosto de formalidades. Não é, Carlinho? Fala, Carlinho! Isso aqui é pra nós dois. Terapia de Casal. Pra mim e pra você, entendeu? Continua contando!

Pula pro apartamento. Não é sexo, Carlinho! Quer que eu fale de prazo de validade outra vez? Fala do apartamento, quando fomos morar juntos. Eu sei, você não me convidou. Meus sapatos é que invadiram o teu closet, os vestidos se apossaram dos cabides e as blusas invadiram as gavetas. Pra que você precisava de tantas camisas listradas? E a coleção de calças de lã? No Rio de Janeiro, Carlinho!? Você não convidou, mas também não desconvidou. Outra promessa.

Claro que era uma promessa. Fiz comidinha, arrumei a cama, até lavei a louça. Uma esposa vitoriana, que nem a tua mãe, a tua avó e toda a italianada da tua família. Como não era esposa? Essa era a maior das promessas.

Você era perfeito, Carlinho.




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